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Poesias-->O QUE QUASE DEU CERTO -- 10/04/2000 - 14:33 (sidney pires) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O QUE QUASE DEU CERTO



Na estação do inverno



Em que o sol, por momentos, se aposenta



Os dias são quase sempre pardacentos



As bocas lacradas, quase não riem,



Os corpos a quatro chaves se fecham



E ermas almas buscam o insulamento



Nas ruelas tortuosas e obscuras da solidão.



As árvores emagrecem e desnudam de folhas



Os pássaros desnudam-se dos parques



E os parques perdem toda a cor da tez





No tempo de inverno



Em que o sol da vida humana se aposenta



E os dias pardacentos a tudo acinzentam



As bocas murchas quase não riem



O isolamento invade as nossas fendas d alma



E os corpos artríticos seguem a esmo



Vagueando insepultos mundo afora, afora o mundo,



Perdidos na soleira deste poço sem fundo



Rendidos de solidão na aridez deste solo interno



Que o tempo-enxada rasga nas entranhas de nós mesmos





Há o tempo de florir



Incandescer



De maturar



E envelhecer



(como vive a apregoar famoso “Homem do Tempo”)





Eu,

Que quase nunca sei de mim, nem sei do tempo,



Se fico ao sol deitado assim, ou me aposento,



Procuro sempre a face mais externa d alma



E de vara de pescar em punho



Labuto por sacar destas ruelas pardacentas



Tortuosas, obscuras e distantes



Algum sonho bom de primevas primaveras



Quando ainda havia cor pelos parques do mundo –



Meu mundo – e o inverno estava longe do horizonte





Agora só,



Já nem sei mais o que acontece



Será isto um sonho, ou mesmo anoitece?



E aquela chama, será este pavio apagado?



Espécie exótica de bilhete que nasceu não premiado



Minto, até quase deu, não fosse o sorteio sempre adiado.



E este homem todo alquebrado, será que sou eu?



E este cheiro de palito queimado, é meu?



E este inverno vindo tão branquilento, lento.



Porquê meu Deus? Se eu nem estou preparado.





Mas o “Homem do Tempo” jamais se engana



E da ampulheta, sinistramente virada,



Os grãos fininhos de inverno, tenuamente caindo,



Vão soterrando, na areia branquinha, outro incauto



Que sonhou enganar as leis do destino



Se escondendo num semblante de menino

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